Cirurgia do Cancer
- José Vieira Barreto Júnior
- 27 de jun.
- 3 min de leitura
Câncer : quando a cirurgia é a melhor escolha?
Por Dr. José Vieira Barreto Júnior – Cirurgião Oncológico
Nem todo câncer é igual — e nem todo câncer é operável. A cirurgia oncológica, que muitas vezes representa a principal chance de cura, depende de critérios bem definidos para ser indicada. Em casos iniciais, remover completamente o tumor pode significar a eliminação da doença. Já em fases mais avançadas, a cirurgia ainda pode ter papel fundamental, mesmo que não curativo, trazendo alívio de sintomas e melhorando a qualidade de vida do paciente.
Neste post, explico de forma clara e direta quais são os principais critérios que usamos para definir se um câncer é ou não operável — e quando vale a pena considerar essa abordagem.
O que define se um câncer pode ser operado?
A decisão de indicar uma cirurgia depende de uma análise individualizada. Os fatores mais relevantes incluem:
🔬 Tipo, tamanho e localização do tumor
🧠 Estágio da doença (localizado ou disseminado)
❤️ Condições clínicas do paciente (coração, pulmões, rins, etc.)
📊 Exames de imagem, laboratoriais e biópsia
Entre os principais exames que nos ajudam nessa avaliação estão: tomografia, ressonância magnética, PET-scan, exames de sangue e, claro, a biópsia, que confirma o diagnóstico e define o estágio do câncer.
Também é essencial entender o risco cirúrgico. Por isso, solicitamos exames como eletrocardiograma, radiografia do tórax, avaliação da função renal e até exames mais específicos, a depender do caso.
Idade interfere na indicação cirúrgica?
Sim, especialmente quando falamos de pacientes idosos com tumores de comportamento mais indolente. Em alguns desses casos, pode-se optar por vigilância ativa, acompanhando a evolução da doença sem necessidade imediata de cirurgia. Por outro lado, um tumor agressivo ou sintomático exige ação — independentemente da idade cronológica.
E quando o câncer já se espalhou?
Câncer com metástase nem sempre exclui a cirurgia. Dependendo da situação, podemos recorrer à resseccao de metastases ou a cirurgia citorredutora, que busca reduzir o volume tumoral para facilitar o efeito da quimioterapia ou da radioterapia. Embora nem sempre tenha caráter curativo, esse tipo de procedimento pode oferecer benefícios importantes para o tratamento como um todo.
Finalidade da cirurgia: curar ou aliviar?
Existem dois principais objetivos da cirurgia oncológica:
✅ Curativa: quando conseguimos remover todo o tumor em fase inicial, antes que ele se espalhe.
🤝 Paliativa: quando não é possível a cura, mas a cirurgia ajuda a aliviar sintomas como dor, sangramentos, obstruções intestinais ou urinárias.
É comum combinarmos a cirurgia com outras abordagens, como quimioterapia ou radioterapia — antes (neoadjuvante) ou depois do procedimento (adjuvante).
Recuperação: o que esperar?
Hoje, sempre que possível, optamos por técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia, que permite uma recuperação mais rápida, com menos dor e menor risco de complicações.
O tempo de recuperação varia conforme o tipo de cirurgia, mas há um fator decisivo: o comprometimento do paciente com os cuidados pós-operatórios, como alimentação adequada, hidratação, repouso e uso correto da medicação.
Conclusão
Cada caso de câncer é único — e o plano terapêutico deve ser personalizado. A cirurgia pode ser a chave para a cura, mas também pode ser um instrumento valioso para aliviar o sofrimento quando a cura não é mais possível.
Se você tem dúvidas sobre sua situação ou sobre a de alguém próximo, converse com um cirurgião oncológico de confiança. A decisão pelo melhor caminho começa com uma boa orientação.
📍 Dr. José Vieira Barreto Júnior
Cirurgião Oncológico
CRM/SE 2983
RQE 2495
















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